Já não há quem viveu o tempo de vida do Bruxo do Cosme Velho, muito menos sobrevive seu tempo de morte; contudo, ele se manteve entre nossas gerações até agora e continuará presente graças a sua engenhosidade na arte de escrever boas histórias e fazer pensar nossa própria condição. Seus personagens somos nós que, muitas vezes, agimos como eles, mas não temos a coragem de olhar nO Espelho, afim de, encarando-nos, entendermos os nós da alma humana.
jrsegunda-feira, 29 de setembro de 2008
Vive Bruxo do Cosme Velho!
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Garou para quinta à noite
Assista ao clip Je suis le même: mire-o e deguste-o sem moderação!
Nota:
Je suis le même (Eu sou o mesmo)
Seul (sozinho)
Sous le vent (Sob o vento)
Piece Of My Soul (Pedaço de minha alma)
sábado, 20 de setembro de 2008
Sexta-feira
Certa vez escrevi um post aqui falando da correria diária (http://co-lirius.blogspot.com/2007/09/dias-e-vida.html)... e hoje volto ao tema de uma forma mais sutil.
Segunda é o dia que re-inaugura a rotina; já de terça a quinta, tudo se repete: as tarefas, o corre-corre, o estresse, as metas a serem atingidas, as aulas chatas, os artigos, as leituras obrigadas, o bom-dia forçado, as explicações sobre atrasos, as justificativas em casa etc.
Sexta-feira não, é um momento diferente. Mesmo havendo muitas atividades, é o dia que você trabalha preparando o cérebro para, ao chegar o fim do expediente, cair na night. Se não houver night, no problem, a gente vai pra casa sem o peso da rotina dos anteriores. Alguém pode dizer: “esse cara é folgado, não faz nada sexta à noite, curte todas e ainda não trabalha sábado, por isso está a falar essas besteiras”. Não! Trabalho sim sábado, mas adoro a sexta. É um dia diferente, garanto, para muitos brasileiros.
Domingo é um terror para o cérebro. É o dia que a massa encefálica vai se preparando para o “dia de branco”, segunda, o dia em que tudo se repete, dia em que se começa a sofrer uma segunda-feira antecipada. Daí ninguém mais consegue curtir a vida em paz.
Volto a insistir: que a sexta seja eterna enquanto dure! E que todos tenham uma excelente night. Ops! Minha sexta está acabando, vou fingir que amanhã é uma extensão do hoje.
jr
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
No restaurante
Como conseguem ter sentido as palavras?
Será que existem separadas dos sentidos?
Será que as sentimos quando existem?
Se souber, digam-nos, por favor...
jr
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Contribuição de Rubinho Lima
Rubervânio Rubinho Lima
Alice caminhava pela mata, um riozinho corria próximo a uma fazenda. Aproximou-se de um riachinho e percebeu um barulho característico. Era um sapo. Crock Crock... O sapo coaxava, como entoando uma canção. Alice adorava bichinhos. Aquilo era demais para a garotinha de 13 anos. Era como estar em outro mundo. Um mundo diferente, longe de tarefas de casa, longe da cidade grande, poluição, apartamentos apertados e nada de bicho... Um sonho...
Alice queria chegar mais próximo daquela criaturazinha marrom e com olhar horripilante. . Crock Crock! De repente, não era um, mais dois, outro surgindo de uma pedra, mais outro... E pronto! Já eram uns cem ao redor da menina, que, a essa altura, estava pra lá de assustada com tanto sapo e tanto coaxar... Crock Crock!
Como em um relance, surgiu da água um sapão bem maior que os outros e muito mais assustador. Crock! Parecia algum tipo de líder dos outros, um rei... Com o coaxar grave do grandão, os outros começaram a se aproximar da menina, cercando-a como soldados. Crock! Ordenou mais uma vez o maior. A menina, cada vez mais assustada e muda só via sapos a cercando ameaçadores. Um deles pulou na direção de seus pés, e mais outros a sua volta. A menina desmaiou.
Seria um exército de sapos em guerra contra humanos? Seriam criaturas de outro lugar? De alguma história mágica? De algum livro?
__ Acorda, Alice, Acorda! Gritara Dora, sua mãe, com sacodidinhas nos braços da menina. Dormindo novamente na hora da lição de casa? Volta já para a tarefa de Ciências!
Rubervânio Rubinho Lima é natural de Paulo Afonso-BA, 29 anos, licenciado em Letras, pós-graduando em Especialização em Estudos Literários pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Atualmente, faz parte do Centro de Estudos do Cangaço - CECA (UNEB-Campus VIII) como pesquisador. Nas horas de inspiração, escreve contos adultos e infanto-juvenis. E-mail: rubinholim@hotmail.com.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Brazilian In-dependence Day
Não vou aqui defender teses, nem me adentrar nas discussões historiográficas até porque não sou da área, sou brasileiro apenas. Quero então fazer uso dessa data para dizer que, para comemorar, o país ainda DEPENDE:
1- De uma política que promova uma Educação libertadora como sonhou Paulo Freire;
2- De uma Ciência que possa contribuir para a melhoria da vida do brasileiro em todos os aspectos, não transformar em deuses os cientistas;
3- De uma Conjuntura Governamental, cujos líderes devem ser sensíveis às necessidades do povo, e não às suas posses e contas bancárias;
5- De um Sistema de Saúde capaz de não contar com o milagre da sorte, mas com a sorte de não precisar fazer milagres com as míseras condições hospitalares;
6- De uma Paz assegurada pela própria sociedade - já que ela é agente e paciente da violência que a vitima – não de uma política de segurança que funcione à base do medo e das incertezas;
7- De uma Comunicação que sirva a sociedade para informá-la, educá-la, esclarecê-la sobre o perigo de um poder centralizador e antidemocrático, não de uma Comunicação que se esqueça da ética e ludibrie as pessoas, servindo apenas aos interesses da elite;
8- De um povo brasileiro que venha a ter consciência de que a Diversidade deve ser mantida e, sobretudo, respeitada - senão há de perder seu sentido - já que o país é símbolo de uma cultura mista e diversa em sua essência;
9- Do Perdão da Dívida que sempre o coloca na condição de dependente;
10- De Nós para refletir sobre nossa própria condição de brasileiro e usar de nossas forças para tornar esse país menos presa dos gigantes, senão nossos sucessores vão comemorar daqui a 200 anos o que comemoramos hoje.
O que comemoramos hoje?
Ah, não é só isso que o Brasil depende, né?
domingo, 7 de setembro de 2008
Apologize para sábado à noite
As informações e foto acima, além da letra, podem ser encontradas nos sites http://www.timbalandmusic.come e http://www.bastaclicar.com.br/MUSICA/historia.asp?id_artista=546 http://letras.terra.com.br/timbaland/954675/
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Curriculum Lattes de Bebéa
Quando alguém me pergunta: de que personagem da literatura brasileira você mais gosta? Não penso duas vezes e respondo: Macabéa. Respeito opiniões contrárias, afinal não conheço todas as personagens da ficção brasileira, mas reservem-me o direito de colocar a maior invenção da figura (des)humanizada de Clarice Lispector no podium. Macabéa provoca, no leitor, um misto de inúmeros sentimentos mais macabros e ternos ao mesmo tempo. Incrível!
A vez primeira que li A hora da estrela, estava ainda na oitava série, e só consegui sentir pena da nordestina que amava os pregos. Depois disso, li no final do segundo grau para fazer vestibular da Ufba. Dessa vez, senti remorsos e culpa quando a personagem foi atropelada, sentimentos que Olímpio deveria ter, e não teve. Mas tarde, li na faculdade - cujo olhar crítico, muito mais preocupado em tirar uma nota boa através da análise, me levou a não sentir nada. Conclusão: Macabéa também desperta sentimento indefinível ou vazio.
Entretanto, hoje, pela primeira vez (podem rir), assisti ao filme A hora da estrela (Diretora: Suzana Amaral e atores: Marcélia Cartaxo, Macabéa, e José Dumont, Olímpio), graças a um amigo que me passou uma cópia.
Com o olhar preso à tela do computador e os ouvidos atentos a cada poesia proferida pela personagem Bebéa (somos íntimos!), não queria que o filme terminasse nunca. Primeiro porque já sabia o destino trágico da doce menina e não queria enxergar a realidade do fim nua e crua. E, segundo, porque eu não estava preparado para encarar um novo sentimento que, certamente, me seria despertado.
Hoje, mais um poesia da personagem clariceana ficou em minha memória. Vou dar o nome de “Currículo de Macabéa” a seguinte fala:
Sou datilógrafa
Sou virgem
Gosto de Coca-Cola
Ah, deixe eu dizer, o sentimento que tive ao terminar de assistir à película hoje foi alegria, simplesmente alegria, por saber que Bebéa morreu feliz.
E você, o que sentiu ao encará-la pela primeira, segunda, terceira...vez?
jr
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Pra não dizer que só falei das flores
Já deixei claro aqui no Palatus et Colirius, ano passado, que não iria falar de mim até que houvesse necessidade. Não tenho bem uma justificativa específica, mas falar de mim ainda me incomoda; fica parecendo que eu quero aparecer, odeio isso! O fato é que hoje encarei a idéia, um ano depois, de que não existe discurso unicamente objetivo...não existe mensagem separada de quem a produz.
Em minhas leituras despretensiosas sobre discurso, aprendi que a ausência é a denúncia da presença, o obscuro pressupõe a clareza numa relação dialética, o silêncio é o anverso do barulho e assim por diante. Logo entendi a filosofia da coisa: a gente só sente falta daquilo que a gente sabe que existe ou já existiu. Ficou confuso?
Sim, mas o que tem isso a ver com a minha subjetividade no blog? Quando disse que não iria falar de mim, mentira, as pessoas já têm uma certa imagem de mim: mesmo de um modo superficial, fazem idéia do que gosto, do que leio, com quem falo, de onde falo, onde vivo, o que não gosto, se tenho um bom relacionamento com outros ‘bloguistas’ etc. Bem, se nunca viram aqui uma letra de pagode, p. ex., obviamente é porque não tive o menor interesse em discutir nem trazer à discussão uma letra dessa categoria (e há letra?). Pode ser que mais tarde eu mude de idéia – afinal as pessoas mudam de opinião ao longo da vida - mas até agora nada me levou a fazê-lo.
Por outro lado, esse espaço é bastante novo e há muito ainda o que dizer; linguagens e temas não faltam, felizmente. Quando eu achar que não vale mais a pena escrever/publicar por qualquer motivo, farei o mesmo que meu amigo português Ric no ano passado: C'est la vie…(Até breve!), e tirarei férias. Entretanto, até então continuo produzindo e publicando, sem pressão e à minha maneira, aquilo que me faz bem e dá sentido à minha vida.
That’s it! - É só!
jr