poema sem face
A M. Arruda
Noites frias, e o silêncio bem aqui dentro completa-me
um fio de luz perfura esta folha de papel sem textura e tinta
palavras sem nexo, caneta que falha aos dedos trêmulos.
Falta-me a luz do sentido que foge em meia sintaxe,
Encolho-me aqui na falta de ti – inteiro – lutando contra um
poema
– que me esvazia assim longe das noites quentes e de tua
face.
jr
Foto: J. Ribeiro
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Foto: J. Ribeiro