quarta-feira, 6 de junho de 2012



poema sem face

A M. Arruda

Noites frias, e o silêncio bem aqui dentro completa-me
um fio de luz perfura esta folha de papel sem textura e tinta
palavras sem nexo, caneta que falha aos dedos trêmulos.

Falta-me a luz do sentido que foge em meia sintaxe,
Encolho-me aqui na falta de ti – inteiro – lutando contra um poema
– que me esvazia assim longe das noites quentes e de tua face.


jr




Foto: J. Ribeiro