quarta-feira, 6 de junho de 2012



poema sem face

A M. Arruda

Noites frias, e o silêncio bem aqui dentro completa-me
um fio de luz perfura esta folha de papel sem textura e tinta
palavras sem nexo, caneta que falha aos dedos trêmulos.

Falta-me a luz do sentido que foge em meia sintaxe,
Encolho-me aqui na falta de ti – inteiro – lutando contra um poema
– que me esvazia assim longe das noites quentes e de tua face.


jr




Foto: J. Ribeiro

4 comentários:

Lidi disse...

Amigo Nilson, que bom que voltaste ao Palatus e ainda mais com um belo poema como este. Parabéns! Saudades de ti. Um grande abraço.

Palatus disse...

Oi Lidi, minha amiga... às vezes, dá uma saudade de minha escrita aqui e tendo escrever.. vejo que estou mais seco, menos preparado para escrever, se é que um dia estive. Um bjo

carlos alberto trigueiro disse...

prezado Nilson, também estou voltando a escrever depois de um hiato, faz falta, esse alimento! ainda tenho muito a melhorar, e seus textos ajudam na construção dos meus... abs

Palatus disse...

Caro Carlos, saudade! Fazia tempo que não vinha no Palatus, e do mesmo modo, não lia bons blogs como o teu. Volte sim a escrever, assim você me incentiva, e vamos nos incentivamos na medida do possível. Tenho certeza que nada do que escrevo seja lá grande coisa, mas só o fato de usar esta atividade como um gesto de entendimento de nossas (inter)subjetividades, já vale muito. Mando meu abraço! Nilson