sábado, 15 de agosto de 2009

Filosofia de botequim

Sempre soube que, durante o percurso de minha luta, haveria pedras no caminho e flores às margens. Quando as pedras acertavam meus pés, eu sentia dor, mas logo o perfume das flores me curava. Quando as pedras eram grandes nas ladeiras, eu as usava para descansar um pouco – ou sentado sobre ela ou de pé - enquanto mirava o horizonte preenchido de margaridas.

Percebi, então, que as pedras no meu caminho só tinham dois destinos: ficavam paradas, imobilizadas, ou rolavam-se sempre para baixo, deixando o meu caminho livre – elas, apesar de serem mais duras que as flores, não têm força de vida. As flores, ao contrário, são diferentes: perfumam meu caminho e embelezam meu horizonte. Isso só me deu e ainda dá força para continuar o rumo.

(Guaibim, Valença-BA, 1º de janeiro de 2009.)

jr

(Fonte: Imagem - http://jardimdepedra.blogspot.com/)

6 comentários:

Maria David disse...

Depois de nossas longas confidências ontem vou aproveitar o estímulo de tuas palvras para transpô-las ao meu campo real. O que seria de nós simples seres mortais sem as pedras no meio do caminho, para uma parada obrigatória de reflexão: se sigo ou se paro? E também o que seríamos sem as flores para compreendermos que elas simbolizam o resultado de uma longa caminhada, quase sempre acompanhadas de muitas pedras no caminho.
Lembrei de minha primeira seleção para professora de um curso de extensão. Até então era apenas a estudante do Curso de Letras da UEFS em busca por uma vaga no mercado de trabalho, o seu primeiro emprego como professora de Língua Portuguesa. Lembro do decorrer da explanação: a busca por uma satisfação no olhar dos professores que compunham a banca; a tentativa de decifrar um gesto e a expressão "monalisiana" de um outra professora. Mas também lembro do final da apresentação quando disse: - Pensei que fosse um bicho de sete cabeças, mas na verdade foram seis. A professora olhou para mim e disse: - A quantidade de bichos é você que escolhe. Esse resumo real foi só para reforçar a existências de pedras e folres nos nossos caminhos, e a presença de um ou de outro e ainda dos dois só depende de nós.
Maria David

Palatus disse...

Puxa, Maria...que história bela. É assim mesmo, isso dá um estímulo pra nós. Nunca desista daquilo em que acredita, afinal só vamos adiante por conta dessa crença e da incerteza. Se tivéssemos certeza, não seria tão emocionante. Bjo e obrigado...tá na hora de fazer um blog viu?

Lidi disse...

Bonito texto o teu, Nilson. Bonito texto o de Maria, também. É isso aí, as flores no caminho nos dão força para continuar, mas as pedras também são necessárias. Sempre que ultrapassamos um obstáculo, amadurecemos, crescemos. Isso é bom. Um beijo.

Tati Martins disse...

Havia uma pedra no meio do caminho...
Nilson! Há quanto tempo!!! Adorei sua visita ao meu blog.
Também desapareci por causa do Mestrado em Educação na PUC. Trabalhar (30 tempos semanais) e estudar (3 disciplinas + grupo de pesquisa), tendo filhos e marido não é mole não. Quando entrei de férias estava acabada!
Retorno à luta amanhã, mas reinicio a loucura e o prazer das descobertas.
Seu livro está aqui, parado na estante para lhe enviar. Só falta o endereço. Fico aguardando.
Um beijinho,
Tati

Bernardo Guimarães disse...

menino, em que estrela se escondeu? tava sentindo falta de seus textos e suas visitas. que bom que voltou!
abraço.

Lua O. disse...

=)))))))))))


.QUE LINDO.