quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Águas entre os dedos...

Ainda sentia a água escorrendo entre os dedos. Notei a força do vento batendo em meu rosto enquanto o sol invadia meu quarto por entre as frestas da persiana. Um abraço cruzava meu corpo descamisado, senti uma mão encontrar com meus dedos como um cinto de segurança. As chaves trancavam as portas do prédio, e o carro esperava por mim ali mesmo no meio do asfalto. Andante, eu vi um farol vermelho pedir-me pra que não o esperasse, e os papeis caiam da pasta de uma velhinha de olhos assustados, ainda vi que usava cabelo Chanel quando sofria o impacto. O som da aeronave rompia o silêncio do céu azul-verde, e a asa do voo da águia rompia as nuvens em flocos de creme-avelã. A noite brincava com a lua de esconde-esconde. E eu? Estava ali bem debaixo do chuveiro frio cantando Velha infância tribalisticamente. Calcei uma meia preta e outra escura, pouco importava. Tomei um copo de leite morno com um fio de mel. Não estava só: cobri-me com um lençol de algodão e acordei nesse instante sonhando que alguém estava aqui pra lavar minhas mãos.

4 comentários:

Saberes e sabores disse...

Adorei!!!!!

Saudades,

Sol

Anônimo disse...

Joooo, que bom que voltou a escrever aqui no seu blog. adorei o vídeo e o texto, vc escreve bem meu irmão. escreva sempre viu? falow

Lidi disse...

Oi, Nilson, adorei o texto. Adorei o vídeo. Bjs

Palatus disse...

Oi Sol, eu agradeço a visita... ando meio fora da blogosfera e por isso não tenho lido o seu. Mas em breve essa vida passa, e volto ao normal. bjos.

Nagaiver, meu mano... volto sim a escrever quando o fato é inusitado, ou quando preciso de uma catarse, entende. Xero... vou te visitar no blog.

Lidi, saudade de ti, guria linda. Sinto não poder ler tuas coisas belíssimas. É falta de tempo.
Bjosssssss