sábado, 20 de novembro de 2010

Eu, no mar de um pescador

(imagem: J.Ribeiro)

Eu, no mar de um pescador

Ao amigo Bolongin

Olho o espelho do mar: um pescador sem rede,

e a canoa à deriva cambaleando as ondas.

Tento me ver nos passos que marco na areia:

o tempo passa nas horas que piso, que vivo.

XXX

As nuvens ao alto anunciam a tempestade.

Que venha à força do mar - é bom pra peixe!

Chuviscos de chuvas choramingam sobre mim.

E eu - ali inerte – esperando esta vida aos pingos.

xxx

Tento me ver no pescador, no anzol que há em mim,

mas a vida não passa, vazia, é simplesmente assim.

xxx

Pronto para me fazer de anzol um novo pescador

apenas me vejo andando, um mero sonhador, assim.

Eu sequer percebo que o mar é outro mundo,

Eu sequer percebo que o mar está em mim.

jr

2 comentários:

Lidi disse...

"Eu sequer percebo que o mar está em mim." Eu me identifiquei com essa frase. Belo texto, amigo Nilson. Saudades de você...

Anônimo disse...

nossa, muito lindo esse poema.