Eu, no mar de um pescador
Ao amigo Bolongin
Olho o espelho do mar: um pescador sem rede,
e a canoa à deriva cambaleando as ondas.
Tento me ver nos passos que marco na areia:
o tempo passa nas horas que piso, que vivo.
XXX
As nuvens ao alto anunciam a tempestade.
Que venha à força do mar - é bom pra peixe!
Chuviscos de chuvas choramingam sobre mim.
E eu - ali inerte – esperando esta vida aos pingos.
xxx
Tento me ver no pescador, no anzol que há em mim,
mas a vida não passa, vazia, é simplesmente assim.
xxx
Pronto para me fazer de anzol um novo pescador
apenas me vejo andando, um mero sonhador, assim.
Eu sequer percebo que o mar é outro mundo,
Eu sequer percebo que o mar está em mim.
jr
2 comentários:
"Eu sequer percebo que o mar está em mim." Eu me identifiquei com essa frase. Belo texto, amigo Nilson. Saudades de você...
nossa, muito lindo esse poema.
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