quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Amor e cumplicidade

(CR)
Qual o risco há em se apaixonar? Por que a paixão nos tortura e nos afaga ao mesmo tempo? O que nos leva a escolher o outro e nos faz acreditar que este outro nos complemente em vários sentidos? O que nos falta que buscamos tanto na pessoa que amamos ou com quem estamos envolvidos?
É com essas perguntas que me ponho a refletir e concluo que jamais tenho respostas eloqüentes e convincentes. Talvez uma das mais ingênuas seja: é porque somos seres incompletos e, por essa razão, estamos buscando descobrir a nós mesmos e dar sentido a nossas vidas. Talvez ainda seja porque o ato de amar requer vontade, desejo de troca, arrepio de pele, pensamentos que nos desequilibram enquanto indivíduo, batidas descompassadas de corações, tremores das bases, que antes ainda pensávamos que fossem nossos alicerces inabaláveis.
Não dá pra julgar o amor aos olhos da razão, não dá pra descrevê-lo quando nunca vivenciamos tão puro sentimento, e ainda assim nossa descrição é rude e ineficiente, pois não contempla seu real significado. Não dá pra falar de amor quando os corações se fecham para o outro. Simplesmente não dá pra amar quando nós não estamos abertos pra nos dar uma chance para ser feliz e fazer do outro nosso projeto de felicidade recíproca. Sim, felicidade recíproca, porque não se é feliz sozinho no amor, muito menos se faz alguém feliz quando não se ama. Amar sozinho cansa e o amor se desmancha aos poucos, já que o outro não repõe a energia que se lhe dirige. Amor e cumplicidade podem sim nos levar à felicidade completa. Quem bem amar saberá disso!
(RC)
(Fotos: Doação de F. Vieira. Col. Poa,RS)

15 comentários:

Anônimo disse...

Meu amigo, quanta inspiração nessa reflexão. Me senti contemplada na tua visão de amor! Parabéns pela capacidade de apreensão desse sentimento tão dual que é o amor!

Palatus disse...

Oh, minha amada amiga...e não é que é verdade?! Somos comtemplados sim, oh como somos!
Hoje me fizeram escrever sobre isso, que estava guardado há pouco mais de um mês.
Obrigado pela visita!

Lua O. disse...

Belo Post, Dr. Palatus!
O último parágrafo então....
Lindo msm...!
Bjs

Palatus disse...

Oi, Lua...obrigado! Volte sempre...estou também devendo uma visita.
Abraço!

katherine funke disse...

que bonito. tem alguém amando aí? aqui tem. amando a vida, tudo, tudo, mesmo as partes mais obscuras e esquisistas. grande abraço e obrigada pelas palavras lá para mim.

Analistas do Discurso disse...

Oi Katherine,
O amor tem dessas coisas, perturba.
Obrigado!
Boa quinta!

Anônimo disse...

Ei bixo... O amor é foda mesmo, véi...
Agente ama e se lasca. Quando não ama, é sacana. Quando ama e finge, é descoberto. Quando percebe que não é amado, também se lasca.
Esse é o meu parecer...
São nove anos nessa labuta.
Saudações cangaceiras, irmão.
Rubinho Lima

Palatus disse...

Ihhhhhhhh, mais um visgado nessa labuta! Segundo Camões, "o amor é fogo que arde sem se ver", estou achando que ele errou no conceito...deveria apenas dizer: "o amor é fogo!!!".rsrsr
Abraço, amigo!

Bernardo Guimarães disse...

inspirado, hein, amigo véio? ou seria apaixonado? tanto faz, o importante é que o faz escrever pra nós.
grande abraço

Palatus disse...

Caro Guimarães,

Às vezes, andamos por aí procurando o amor muito longe, quando, na verdade, ele está dentro de nós, o que nos faltar é deixar que alguém o acorde.
Um abraço!

Unknown disse...

ê Joce, isso foi profundo viu... Concordo com tudo, e principalmente na parte: "Amar sozinho cansa e o amor se desmancha aos poucos, já que o outro não repõe a energia que se lhe dirige". Hoje sei o q significa isso.
Abraço!

Palatus disse...

Infelizmente, Dai, isso vem acontecer quando menos esperamos e nunca estamos preparados...cansa mesmo, cansei um dia...e nao quero cansar de novo!
Abraço, sucesso!

Georgio Rios disse...

CAro Nilson, como vai o camarada?
Que bom ver estes ecritos.
Achei você agora é só manter o contato...GEorgio RIos

Unknown disse...

Amigo, muito feliz vc em seus comentários, só tenho que parabenizá-lo por sua inteligência e sensibilidade!

NEL SANTOS disse...

Simplesmente encantador o teu texto! Emocionei-me ao ler meus próprios pensamentos sendo porém, escritos por ti! Parabéns, amigo.