sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Ecoa, voz de Felinto, ecoa!

Sou professor, estudante de Letras. Leitor assíduo da revista Caros Amigos (http://carosamigos.terra.com.br/). Ainda no ensino médio vi na revista um rico meio de adquirir conhecimento, hábitos de leitura, interesse pela escrita e, sobretudo, uma maneira de enxergar a sociedade (em seus diferentes ângulos) de forma crítica. Mas isso não seria possível se não houvesse grandes nomes como Ana Miranda, Emir Sader, Gilberto Felisberto Vasconcelos, Nicodemus Pessoa, Frei Betto, Marilene Felinto, dentre outros. Hoje, já na academia, percebo que muito este veículo me foi e tem sido útil.

Aos artigos de Marilene Felinto sempre dediquei a primeira atenção, porque me serviriam de remédio, ora para fazer-me refletir acerca de notícias muitas vezes mal repassadas ora para proteger-me contra futuras informações distorcidas e intencionalmente mal elaboradas por veículos “globistas”ou não que se dizem imparcial e responsável. Com o artigo da edição n.124, “desumanizando a empregada-puta”, Marilene Felinto me fez outra vez repensar em como podemos ser facilmente manipulados por uma mídia medíocre e – ao contrário do que se espera – tão deseducadora.

Sem pensar duas vezes, levei-o para minhas aulas de Redação e Língua Portuguesa e senti-me feliz ao ouvir no final da aula alunos me dizerem: “Professor, como não tinha pensado dessa forma! A partir de agora vou analisar as informações construídas pela mídia com uma olhar diferente” – isso para mim não tem preço! No último artigo “a TV que não ensina a morrer”, a mesma autora, ao relatar sua visita a um sebo e concluir que seus livros estão esquecidos, declara “Tudo o que eu quero – esquecimento”. Confesso que isso não vai ser possível (e ela sabe disso!), porque, assim como ainda se ouve uma voz que ecoa ao longe e chega até nós por meio de veículos como este, há de se estender os ouvidos aqueles que a lêem; há de não se calar os jovens diante de uma mídia que não espera que eles enxerguem com os próprios olhos e pensem com a própria cabeça.
{jr}

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