quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Entrevista: Franlkin Ramos

Palatus et Colirius - Há quanto tempo você escreve e quem o incentivou?

Franklin - Escrevo desde 1997. Como meu avô é poeta e eu cresci convivendo com as poesias dele então foi fácil começar a escrever. Mas daí vem uma questão: para poetizar depende de aprendizado ou inspiração? Bem, de uma ou de outra eu posso dizer que a veia poética me acompanha desde 1997.

PC - Você tem um tema que predomina na escrita prefere ser livre?

Franklin - Os temas variam de acordo as fazes da minha vida. Comecei escrevendo poesias pessimistas e de protestos sob as influências de Augusto dos Anjos e Gregório de Matos, como uma "metralhadora giratória". Sempre negando o amor por considerar o ser humano desprovido de sentimento tão nobre, até que, por ironia do destino, o deus Cupido me flechou com o amor de Eros e eu passei a escrever movido pela paixão que se encanta em saber-se amante e amada. A partir de então eu nada escrevo, mas o amor me toma como instrumento e se expõe no papel. Mas, claro, que eu nada me obrigo, nada me imponho. A pura e livre inspiração bate à minha porta e diz sobre o quer falar, versejar para quem puder sentir.

PC - Como um físico pode lidar com razão, lógica, ciências físicas, filosofia, arte, poesia e literatura?

Franklin
- Uma vez, antes de eu fazer Física, um primo meu me disse que Física era poesia. Eu acreditei. Na realidade, a arte pulsa em minha visão de mundo, a natureza em sua dança harmônica, em seu bailado singelo nos convida à contemplação e a Física me ajuda a entender como essa ciranda cósmica se integra à minha própria natureza. A Física, para mim, enquanto ciência da natureza, é muito mais do que o mecanicismo dos livros, do que a insensível linearidade cartesiana que meus professores tentam mostrar. Se a natureza é bela, sutil, misteriosa, artesanal, descabida, a ciência que a estuda deve beirar essas qualidades.

PC - Existe um projeto para possível publicação? Quando?

­Franklin - Se para um estudante de Letras a publicação de um livro de poesias já representa uma verdadeira via crucis, imagine para um de Física. Publicar um livro de poesias é um sonho pra mim. Uma vez eu cheguei a organizar algumas, digitar e enviar em disquete para uma editora, mas me falaram que não trabalham com livros desse tipo. Será?

Franklin Ramos (28) é natural de Itabuna-BA. Atualmente reside em Feira de Santana, onde cursa Física pela Uefs. Desde os 18 anos escreve poesia, tendo publicado em jornais locais e em concursos literários. Em 2006, foi classificado com a poesia “Verboiando” no concurso Bahia de Todas as Letras, promovido pela editora da Uesc (Editus) em parceria com a Via Litterarum. E-mail: verboiando@yahoo.com.br .

3 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Muito boa entrevista, excelente. Parabéns!
Fiquei felissima por mais um passo dado na sua longa jornada, e também por dela fazer parte.
Beijo.

Palatus disse...

Obrigado Silvana! Na verdade tinha esse idéa já faz tempo. Fazer entrevista com pessoas que escrevem, mas não são divulgadas. Ainda estão no anonimato, por motivos tantos que não nos cabe citá-los. Franklin escreve prestigiável poesia!
Até mais!