sábado, 12 de setembro de 2009

O outro onipresente

(Foto)

Passei dois terços de uma vida insana assistindo a olhos e bocas contando minhas impurezas a céu aberto. Às vezes fechava a porta de minha alcova e passava algumas noites mal dormidas ao som de tempestade humana. Ontem me acostei mais cedo e apaguei-me à voz do temporal. Abri a janela, nesta manhã, e pus-me a contemplar a força do inverno lavando a sujeira da cidade. Nenhuma voz, nem ruídos automotivos. Notei alguns chuviscos ainda e menos impurezas por alguns minutos; desejei que as noites fossem de chuva mais vezes.

jr

Nenhum comentário: