sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Responsabilidade: uma conquista cara

Não tenho a menor pretensão de fazer deste blog um diário, até porque não foi com este objetivo que o criei. No entanto, já que é aqui que me coloco também na condição de leitor, então posso dizer que uma escrita pessoal tem caráter de memória... logo, a arte literária por aqui passeia. Ou não?

Bem, passeando ou não aproveito o momento para deixar aqui o que mesmo quero dizer.
Hoje, para mim, foi um daqueles dias. Dias de guerra interior. Se as mulheres têm tempo para ficarem “naqueles dias” todos os meses, conforme rege a natureza biológica, os homens têm seu tempo de glórias e inglórias. A diferença é que não perdemos sangue (com o perdão da intimidade!), mas perdemos a paciência e deixamos de lado a tal da responsabilidade.

Se tivermos contas atrasadas para pagar, desesperadamente nos preocuparemos; se o cachorro do vizinho (eliminemos a ambigüidade) invadir nosso quintal deixando fezes lá, outra confusão; se o nosso estiver solto, perderemos o ônibus porque vamos gastar muito tempo correndo atrás para pôr-lhe a coleira; se o trabalho da faculdade não estiver pronto meia hora antes de entregar, a cabeça esquentará a ponto de explodir – já não há como pensar! E ainda: se tivermos relatório de trabalho para apresentar ao chefe e este possivelmente encontrar mil defeitos na primeira olhada, a desejo é de desaparecer da empresa para o resta da vida.

Isso é apenas uma suposição para justificar como às vezes somos levados a pensar que, para eliminar os problemas, seria mister dormir por semanas ou até meses e só acordar quando tudo estiver conforme a nossa vontade. Foi nisso que pensei hoje...Tive vontade de não sair da cama, sim! Ficar lá até a vida resolver sozinha todos os meus problemas. E por que não os do mundo?

Não estou entediado, não estou aborrecido, nem em crise existencial. Não! Não é crise de identidade o que vivo nesse momento... como muitos hoje adoram adotar tal conceito para justificar seus conflitos. Sabe quando estamos naqueles dias que se pudéssemos não sairia da cama? Pois é, é assim que estou me sentido. Este tipo de comportamento faria minha avó dizer - se estivesse comigo - "é coisa de quem levanta da cama de cueca ao inverso!" Mas não é. É coisa de quem tem muita coisa a resolver e não sabe por onde começar. Daí surge o desejo de se eximir das ‘responsabilidades’ (palavra que meu pai tanto me martelou aos ouvidos). Responsabilidade, responsabilidade, responsabilidade: quando a gente a adquire, sente seu peso e o desejo de dormir e acordar criança.

jr

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu Amigo,

Infelizmente vc não não está só.
E acredito que somos muitos...
Mas uma boa oração é um santo remédio nestas horas, pois quando não sabemos mais o que fazer... é ai que permitimos Deus começar agir...

Fique então com deus

Girlene