segunda-feira, 11 de junho de 2007

Crônica:Status ou escravização do corpo?



Por Jocenilson Ribeiro

Com o advento do sistema capitalista e a massificação da informação, a modernidade sofreu significativas mudanças tanto em nível sociocultural e econômico quanto em hábitos alimentares. Uma delas foi a excessiva valorização da aparência aliada a valores materiais e subjetivos. Esse fato veio seguido por algumas conseqüências que levaram pessoas a por em risco, muitas vezes, a própria saúde.

A indústria da moda tem levado (e elevado) muitos jovens às passarelas nacionais e internacionais, proporcionando-lhes glamour, fama e altos cachês, ao mesmo tempo em que lhes exige elegância, magreza e outros bens subjetivos. Nesse viés, muitas mulheres tornam-se escravas desse sistema e escravizam o próprio corpo, uma vez que, para atender a tais exigências, passam a colocar em risco sua saúde, desenvolvendo doenças como bulimia, anorexia, depressão etc. Como exemplo disso, viu-se, no final de 2006, a morte da modelo paulista Ana Carolina Reston, 21 anos, vítima da anorexia nervosa.

Outro fator que influencia muitas meninas a se submeterem às exaustivas cobranças pela manutenção da “boa aparência” é a propaganda de produtos cosméticos e clínicas estéticas veiculada diariamente através de TV, autdoors e revistas especializadas. Tal instrumento publicitário leva-as a crer que para ser feliz é necessário apresentar um corpo esbelto (para muitos, sinônimo de beleza e status), pele suave e, ainda, andar portando objetos como bolsas, roupas, jóias e sapatos caríssimos, cuja falta destes utensílios lhes coloca no hall das pessoas incapazes, infelizes e marginalizadas...

Ainda em relação aos (des)cuidados com o corpo, há duas questões passíveis de análise. Se por um lado estão aquelas mulheres que preservam a excessiva magreza em função das “promissoras” carreiras no mundo da moda; do outro, surge um visível número de pessoas que estão acima do peso. Isso se deve, dentre outros fatores, ao hábito prático de comerem fast foods e alimentos gordurosos ou feitos à base de frituras. O pior é que, muitas vezes, acabam esquecendo que podem desenvolver problemas cardíacos ou outras complicações.

Para diminuir a crença nestes mitos da sociedade moderna, na medida em que se almeja o bem estar e a integridade humana, é preciso, pois, que a família dos jovens, a escola, os médicos e outras instituições estejam atentos para estes problemas, a fim de mantê-los cientes de tais efeitos. É preciso também informá-los sobre os riscos do não-cuidado com o corpo, bem como sobre a importância da educação alimentar num momento em que o cuidado com a saúde e a busca pela qualidade de vida tornam-se imprescindíveis.

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