sexta-feira, 22 de junho de 2007

madrugada de inverno

Dilúvio - Francis Danby, 1840 Tate Art Gallery, London

O vento forte se afirma rasgando as roupas no varal da cidade, a chuva confirma a chegada, o ar frio é seu companheiro de tantas e longas ventanias, e eu? as goteiras começam a respingar fazendo um pequeno barulho na vidraça, parece grão de milhos semeados no telhado das casas, e eu?, lá fora, a poesia do silêncio tenta expulsar os ruídos do respingar da água insossa, solúvel, insana, e eu?, o vento busca fazer-se ouvido no meio da tempestade de gotas, a água jorra por entre as ruas delgadas da cidade obscura e segue, e eu?, o sono se foi - levado pela calada da noite, e junto se foi a pureza das cercas e muros das casas das ruas e centros urbanos da vida, e eu?, eu vou pedir a chuva pra que me lave a sujeira humana, mais uma vez.
jr

Um comentário:

Gustavo Rios disse...

Oi, sou o Gustavo Rios.
Você foi lá no blog entreaspas e perguntou pelo livro. seguinte, passo conta e depois da grana mando pra ti pelos correios, esquema seguro. bem, vamos conversar por mail.
gustavosilvassa@gmail é o meu. manda assim que puder. valeu