segunda-feira, 11 de junho de 2007

Poesia: Metáforas da voz


A Jucelina Santos

Ouço vozes, sussurros, sonidos.
Ouço zumbidos no silêncio da maré
Eis o acústico invasor de meus ouvidos
Eis o gemido ofegante de mulher.

Talvez triste fosse o meu semblante.
E de tão triste não pudesse te sentir,
Tua voz doce dir-me-ia num instante:
“Traga-me a flauta, senhor. Venha-me ouvir”.

Mas é metáfora? É volúpia? É miragem?
Sinto tua boca me fazendo enfurecer
Logo penso: É figura de linguagem.
Vejo uma imagem que me faz amanhecer.

Percebo a luz que se completa n’alvorada,
Que se desfaz ao percorrer o longo dia.
Canta-me agora: “sou outrora, sou estrada...
Apaixonada, faço amor com melodia”.



Nenhum comentário: